sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Como tratar a osteoporose

Panorama geral

Provavelmente você acredita que os ossos não crescem mais em adultos. Afinal de contas, ninguém fica mais alto depois de certa idade. Mas a verdade é que o corpo continua absorvendo os ossos antigos e repondo novos por toda a vida. O que ocorre é um processo contínuo de remodelamento ósseo em que o tecido substitui células velhas por novas. Durante a infância e a adolescência, predomina a formação óssea. Por volta dos 30 anos, os ossos atingem o pico de massa óssea (quando eles estão na sua fase mais forte e abundante). Depois disso, o jogo se inverte e a reabsorção de ossos vai aos poucos ultrapassando a produção. Para as mulheres, a perda de massa óssea acelera logo depois da menopausa, quando os níveis de hormônio que protegem os ossos - o estrogênio - caem.

Assim é o processo. Contudo, em algumas pessoas, a perda óssea pode se dar de forma tão rápida e/ou a reconstrução ocorre tão devagar que a osteoporose se desenvolve. A osteoporose é uma doença em que os ossos ficam porosos e perdem tanta massa que se tornam frágeis e propensos a fraturas. Ela atinge principalmente as mulheres, em parte porque a massa óssea delas é menos densa que a dos homens; embora estes também sofram da doença. Além disso, é mais provável que a doença afete uma pessoa que nunca alcançou o ponto máximo de formação da massa óssea.

A osteoporose é conhecida como uma doença silenciosa, pois muitas pessoas só descobrem que a tem quando sofrem uma fratura no quadril ou um acidente pequeno, como fechar uma janela emperrada ou abrir uma garrafa, e isso resulta em uma fratura no pulso.


Cerca de 10 milhões de americanos têm osteoporose e outros 34 milhões possuem um alto risco de desenvolvê-la. De acordo com os National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde), uma em cada duas mulheres e um em cada quatro homens com mais de 50 anos sofrerão uma fratura relacionada à osteoporose em algum momento.

Neste artigo, abordaremos os fatores que levam à osteoporose. Também discutiremos medidas que podem ser tomadas para minimizar os efeitos da doença, como fazer uma dieta adequada e optar por certos estilos de vida.

Causas

As causas da osteoporose são desconhecidas. Entretanto, as chances de adquiri-la aumentam drasticamente com o envelhecimento, principalmente nas mulheres. Uma teoria que prevalece é a de que a osteoporose resulta da perda do estrogênio, hormônio feminino que afeta o conteúdo de cálcio dos ossos. A menopausa (parada total da menstruação) pode levar à osteoporose, já que a produção de estrogênio diminui bastante nessa época.

Por razões ainda desconhecidas, a osteoporose ocorre mais em mulheres brancas e asiáticas do que em mulheres negras. Além disso, as magras, especialmente as de pele bem clara, correm um risco maior do que as mulheres gordas de pele escura.

A doença também pode ser causada por outros fatores: a remoção cirúrgica de ambos os ovários (glândula sexual feminina que produz estrogênio) e o aparecimento de artrite crônica (inflamação das juntas) podem levar à osteoporose. Pessoas sedentárias, seja por escolha ou por causa de doenças, são mais suscetíveis ao distúrbio.

Uma dieta pobre em nutrientes, principalmente cálcio (que promove o desenvolvimento dos ossos), também pode contribuir para a osteoporose. As pessoas que fazem uso de medicamentos com esteróides (como a prednisona) por um período prolongado para tratar de outras enfermidades estão em uma área de risco significativamente maior. Outros fatores de risco incluem fumo, menopausa precoce e casos de osteoporose na família.

Sintomas

Dependendo da resistência dos ossos, a osteoporose pode não apresentar sintomas e nem dores fortes em sua fase inicial. Se há dor, é mais comum que ocorra na parte inferior da coluna. A doença não representa uma ameaça à vida, mas provoca fraturas, o que, nos idosos, pode resultar em sérias complicações. Em princípio, as dores repentinas na coluna podem ser causadas por fratura nas vértebras (ossos da espinha dorsal).

A dor provocada pelas fraturas pode ser amenizada, mas o desconforto ocasionado pela osteoporose continua. É possível que a dor leve à inatividade no futuro, o que enfraqueceria ainda mais as vértebras. Assim, um círculo vicioso se desenvolve: a dor conduz à inatividade, que instiga a osteoporose, que em troca aumenta a fragilidade dos ossos.

À medida que a doença progride, a coluna pode reduzir-se em comprimento, provocando uma perda de alguns centímetros na estatura, ou curvar-se, ocasionando uma deformação chamada "corcunda de viúva". Essas alterações são o resultado de fraturas sucessivas que ocorrem devido à pressão do peso do corpo sobre a vértebra deteriorada.

Diagnóstico

Geralmente, a osteoporose só é diagnosticada quando a pessoa fratura um osso e faz uma radiografia. Nesse ponto, o médico percebe que as alterações ósseas se tornaram uma doença generalizada. Recomenda-se que as mulheres em fase pós-menopausa e todos aqueles que fazem tratamentos com esteróides façam uma densitometria óssea para verificar a existência de osteoporose.

Tratamento

Os médicos incentivam os pacientes com osteoporose a seguirem um programa de exercícios que auxiliará no fortalecimento dos músculos que sustentam os ossos fracos. Contudo, para proteger os ossos da coluna, deve-se evitar carregar objetos pesados. Nos casos avançados, talvez seja necessário o uso de um colete para ajudar a sustentar o peso do corpo ao sentar-se e levantar-se. Muletas, andadores ou bengalas ajudam na locomoção. Os médicos geralmente receitam medicamentos para reduzir a perda óssea.

Pessoas com tendência a fraturas devem fazer exercícios e seguir uma dieta balanceada para prevenir e controlar a doença. Alimentos ricos em vitaminas e minerais, especialmente cálcio e vitamina D, estimulam a formação óssea. Quando a dieta não conta com esses nutrientes, o médico pode prescrever suplementos de vitaminas e minerais.

Prevenção

A osteoporose não tem cura, logo, a melhor linha de defesa é a prevenção. Se você esperar muito tempo para se preocupar com a doença, talvez seja tarde demais para reverter os danos. Existem alguns passos que podem ser seguidos a fim de prevenir perdas ósseas futuras. A National Osteoporosis Foundation (Fundação Nacional da Osteoporose) recomenda:

seguir uma dieta rica em cálcio e vitamina D;

fazer exercícios físicos regularmente;

ter uma vida saudável, evitando fumar ou abusar de álcool;

realizar uma densitometria óssea e tomar os medicamentos apropriados quando necessário.
As pesquisas mostram que é possível reduzir o ritmo de expansão da osteoporose, como também reverter alguns danos causados por ela. Vários estudos apontam que as mulheres em fase pós-menopausa podem diminuir a perda óssea em mais de 40% se ingerirem quantidades suficientes de cálcio. Pesquisas adicionais indicam que essas mesmas mulheres podem produzir novos ossos se tomarem estrogênio e praticarem atividades físicas junto com a ingestão de cálcio.

Segundo a tabela de ingestão alimentar de referência (Dietary Reference Intake - DRI), a quantidade de cálcio que os adultos entre 19 e 50 anos devem ingerir por dia é de mil miligramas. Depois dos 50, a necessidade diária aumenta para 1.200 miligramas. Durante a adolescência, as exigências de cálcio são maiores, 1.300 miligramas por dia. Para aqueles que não gostam de leite e seus derivados, existem algumas opções de alimentos não derivados do leite que contêm cálcio. Se você está preocupado com as gorduras e calorias, há disponível uma grande variedade de produtos de baixa caloria e sem gordura que oferecem o cálcio necessário.



É claro que a melhor maneira de prevenir a perda óssea é saber o que a causa exatamente. A próxima seção apresenta os diversos fatores que podem desencadear a osteoporose.

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