terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Os diferentes tipos de diabete

Uma vez diagnosticada a diabetes, a próxima tarefa é determinar que tipo você tem. Cada tipo requer uma abordagem diferente de tratamento.

Diabetes tipo 1

A diabetes tipo 1 afeta cerca de 5% das pessoas que tem diabetes. É às vezes referido como a diabetes juvenil porque há uma alta taxa de diagnósticos em crianças entre 10 e 14 anos de idade, mas pessoas de qualquer idade podem desenvolver este tipo de diabetes. Também pode ser chamada diabetes insulino-dependente, porque as pílulas para a diabetes são ineficientes em tratar os altos níveis de glicose no sangue; esses indivíduos precisam de injeções de insulina para controlar sua glicose sanguínea. Como você aprendeu recentemente, um pequeno número de pessoas com o tipo 1, que estão nos estágios bem iniciais da doença, podem não necessitar ainda da insulina; mas, eventualmente, sim.


A diabetes tipo 1 é uma doença de glóbulos brancos "confusos". Normalmente, essas células são responsáveis por reconhecer substâncias ou células estranhas em nosso sangue e atacá-los com anticorpos. Na diabetes tipo 1, as células brancas acreditam que as células beta do pâncreas não pertencem ao nosso corpo. Ocorre uma inflamação e os anticorpos atacam as células beta. Essa destruição pode acontecer tanto rapidamente, quanto por um longo período de tempo. Quando muitas células beta forem perdidas, desenvolve-se a deficiência de insulina e os níveis de glicose sanguínea começam a subir.


Ocasionalmente uma infecção viral pode ser identificada como o gatilho para o início da doença, mas geralmente nem é identificada. Para complicar ainda mais as coisas, nem sempre é possível identificar a presença de anticorpos (o sinal de uma reação auto-imune) no sangue.

Na diabetes tipo 1, há uma chance de desenvolver cetoacidose devido à extrema falta de insulina. A falta de insulina torna difícil ao organismo utilizar glicose para obtenção de energia. Se o corpo não pode obter glicose do sangue, ocorre quebra de gordura para suprir energia das células. Um dos produtos dessa quebra são as cetonas, compostos mais ácidos que os tecidos normais do corpo; tais compostos então se acumulam no sangue. Normalmente as cetonas são removidas do sangue pelos rins e saem do corpo pela urina. Quando são produzidas mais cetonas que os rins conseguem remover, elas se acumulam no sangue. Se não tratado, isso pode levar à cetoacidose, uma condição extremamente séria e que exige tratamento rápido. Essa situação pode levar ao coma e à morte.


A diabetes é do tipo 1 quando surge antes dos 35 anos, em uma pessoa magra, sem histórico familiar de diabetes e se necessita de injeções de insulina. Testes adicionais podem ser feitos para confirmar o diagnóstico. Esses testes incluem medição dos anticorpos anticélulas beta (os anticorpos direcionados para destruir as células beta), o nível de peptídeo-C (uma medida da quantidade de insulina que está sendo produzida pelo corpo) e cetonas na urina. Um resultado positivo para teste de anticorpos anticélulas beta, um baixo nível de peptídeo-C ou a presença de cetonas na urina sugerem um diagnóstico de diabetes tipo 1. Se você tem esse tipo de diabetes, provavelmente necessitará de insulina para controlar sua glicose sanguínea (glicemia).


No entanto, ocasionalmente uma pessoa nos estágios iniciais da diabetes tipo 1 ainda pode ter algumas células-beta nas ilhotas que secretam insulina suficiente para que as injeções não sejam necessárias. Remédios ou mudanças na dieta, atividade física e mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para controlar os níveis de glicose sanguínea (glicemia). Como os glóbulos brancos da pessoa que tem diabetes tipo 1 continuarão atacando, as células beta restantes produtoras de insulina serão destruídas. Por isso, com o tempo as injeções de insulina se tornarão necessárias para tratar a doença.

Diabetes tipo 2

A diabetes tipo 2 é a forma mais comum de diabetes. Estima-se que mais de 90% das pessoas que têm diabetes têm o tipo 2. A causa parece ser resistência à ação da insulina e/ou deficiência na secreção de insulina. Mas como separá-la da diabetes tipo 1? A diabetes tipo 2 quase nunca causa cetoacidose e não mostra evidências de auto-imunidade (em outras palavras, não existem sinais de anticorpos atacando as células betas nas ilhotas). Pessoas com diabetes tipo 2 normalmente têm mais de 35 anos, estão acima do peso e têm um histórico familiar de diabetes tratada com remédios ou dieta. Separar o tipo 1 do tipo 2 pode ser muito difícil. Na verdade, descobriu-se que quase 5% dos adultos que foram diagnosticados como tendo o tipo 2 têm na verdade o tipo 1. Além disso, a incidência da diabetes tipo 2 na infância está aumentando rapidamente, o que torna o diagnóstico automático da diabetes tipo 1 em crianças menos confiável.

A diabetes tipo 2 começa décadas antes do diagnóstico, com um aumento da resistência à insulina. Esse aumento da resistência é o resultado da genética, ganho de peso (especialmente gordura abdominal), diminuição da atividade física e envelhecimento. O principal local de resistência à insulina é o tecido muscular, que normalmente utiliza mais de 80% da glicose fornecida ao organismo. Devido a essa resistência, os níveis de insulina começam a subir. Para suprir a falta ou a redução da eficácia da insulina, o corpo começa a produzir mais insulina. Por razões não totalmente claras, em pessoas com tendência a ter diabetes, as células beta falham em manter a demanda aumentada de insulina. A produção de insulina torna-se enfarto insuficiente. No início, os níveis de glicose plasmática começam a subir acima do normal após as refeições; eventualmente, os níveis de glicose em jejum começam a ficar acima do normal também. Quando a glicemia fica alta o suficiente para produzir sintomas ou quando uma complicação, como um enfarte, faz com que o paciente vá ao hospital, o diagnóstico da diabetes tipo 2 é feito.

Diabetes gestacional

A diabetes gestacional é aquela diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e ocorre em cerca de 3% das gestações. Ela é diagnosticada através da realização de um teste de tolerância à glicose de três horas. Se duas leituras de glicemia durante o teste excederem os limites normais, o diagnóstico é feito. Raramente os níveis de glicose são altos o suficiente para prejudicar a mãe. O problema é que a glicose sanguínea da mãe flui para o sangue do feto. O feto então libera insulina de seu pâncreas para baixar seus níveis de glicose. Isso força a glicose para os tecidos do feto, tornando-o grande para sua idade gestacional e resultando num parto difícil.

Durante a gravidez até o parto, a resistência da mãe à insulina e os níveis de glicose aumentam. Com a liberação do feto e da placenta, no entanto, os níveis de glicose da mãe prontamente retornam ao normal em 97% dos casos. Muitas mulheres com diabetes gestacional podem controlar seus níveis de glicose durante a gravidez através de dietas e exercícios. Algumas, no entanto, necessitam de injeções de insulina para manter os níveis de glicose dentro de uma faixa saudável para o bebê.


O tratamento de diabetes gestacional é feito com insulina. Mulheres que tiveram diabetes gestacional têm uma chance significativamente maior de desenvolver diabetes no futuro, numa taxa de cerca de 3% por ano. Alguns estudos demonstram que controle de peso e aumento da atividade física podem diminuir o risco de um futuro diabetes em até 50%. Existem também estudos em andamento para avaliar a habilidade de alguns dos novos medicamentos para diabetes em prevenir a doença em mulheres com diabetes gestacional.

O foco da nossa seção final é de interesse especial dos pais. Aqui, falamos sobre como a genética afeta a probabilidade de se ter diabetes.

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