terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Efeito da nicotina sobre a gestação, sobre o feto e o bebê

Efeito da nicotina sobre a gestação

A gestação e o feto da mãe tabagista sofrem inúmeras agressões ocasionadas pelo tabaco e seus compostos.

O tabaco contém nicotina que é uma droga estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC). Durante a tragada, ela atinge rapidamente a circulação e o cérebro da mãe, liberando várias substâncias como a noradrenalina, dopamina e vasopressina. Essas substâncias atuam sobre a circulação da mãe provocando a contração dos vasos sangüíneos, o aumento dos batimentos do coração, culminando com o aumento da pressão arterial. A gravidez quando cursa com pressão alta é considerada de risco, tanto para a mãe quanto para o feto.

Os cigarros interferem dificultando a implantação e o desenvolvimento normal da circulação da placenta. Essas alterações na placenta vão interferir nas trocas gasosas e de nutrientes entre a mãe e o feto, aumentando consideravelmente o risco de descolamento prematuro da placenta.

A cotinina é um subproduto da nicotina. Ela induz a contração do vaso, o seu acúmulo na circulação fetal pode ser a causa do trabalho de parto prematuro e do aborto espontâneo em fumantes.

A nicotina altera os movimentos dos cílios da trompa de Falópio, esses cílios têm a função de ajudar o óvulo a migrar até o útero, onde normalmente se desenvolve a gravidez. Com os movimentos ciliares prejudicados, a ocorrência de gravidez nas trompas aumenta.

Efeitos da nicotina sobre o feto e o bebê

Além da nicotina, o cigarro contém outras 4.720 substâncias sabidamente tóxicas ao organismo, porém algumas, com efeito, ainda desconhecido sobre a gravidez.


O monóxido de carbono e a cianida já foram estudados e seus malefícios para o feto identificados.

A hemoglobina, um dos componentes do sangue, tem como incumbência transportar oxigênio para o feto. O monóxido de carbono compete com o oxigênio, e ganha, por ter 250 vezes mais afinidade pela hemoglobina do que o próprio oxigênio. Portanto, o feto de uma mãe tabagista tem muito mais dificuldade em receber oxigênio quando comparado com o feto de uma mãe não-fumante. No feto, o monóxido de carbono chega a apresentar níveis de concentração no sangue entre 10 a 15%, sendo bem maior do que o encontrado no sangue materno.

A cianida leva à diminuição da concentração de vitamina B12. O feto de uma mãe tabagista tem o seu crescimento e desenvolvimento prejudicado pela baixa dessa vitamina.

O sistema respiratório do feto é afetado, pois há uma redução na fabricação de uma substância que facilita a expansão pulmonar, evitando que ele colabe. Essa substância é conhecida como surfactante.

O bebê tem um risco duplicado de nascer com baixo peso, são em média de 100 a 300 gramas mais leves. Cada cigarro consumido reduz 0,2% ao dia o peso ao nascimento, então, 10 cigarros/dia durante a gestação é capaz de reduzir em 2% o peso ao nascer.

A criança que convive com dois ou mais fumantes em ambiente fechado tem risco aumentado em 50% para as infecções respiratórias, como: pneumonia, sinusite, otite, amigalite, bronquite.

Entre as outras alterações que podem ocorrer com o bebê da mãe tabagista podemos citar: redução da circunferência do crânio, síndrome da morte súbita infantil e asma.

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