quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Danos às crianças na fumicultura e a doença da mão verde

A imensa maioria dos fumicultores não tem verba para contratar mão-de-obra, pois a rentabilidade da plantação do fumo é pequena e visando o aumento da renda familiar, normalmente o fumicultor utiliza a participação ativa das crianças e dos adolescentes no processo de plantio e na separação das folhas de fumo. São freqüentes os casos de alterações genéticas e intoxicações.


As férias no calendário escolar são adaptadas à necessidade dos períodos de maior demanda por trabalho na fumicultura. Segundo dados da Conferência Mundial sobre Tabaco e Relatórios de Saúde, em 2002, cerca de 520 mil crianças menores de 18 anos trabalham na plantação de fumo, sendo que 32% têm menos de 14 anos de idade. Essa faixa etária infelizmente é penalizada, sendo privada do seu pleno desenvolvimento bio-psico-sócio-cultural.


"Doença da mão verde"

Em comparação a outras plantações, lidar com o fumo pode ser muito tóxico para as crianças e para o agricultor. Desde 1763 a folha do fumo, que tem como princípio ativo a nicotina, vem sendo utilizada como pesticida e inseticida. O manuseio da folha verde e úmida do fumo leva à absorção da nicotina através da pele, desencadeando um quadro de intoxicação com os seguintes sintomas: náuseas, vômitos, fraqueza, dores de cabeça, tontura, dores abdominais, dificuldade respiratória e alterações nos níveis de pressão arterial.

A intoxicação específica pela nicotina na fumicultura é conhecida como "Doença da mão verde", sendo considerada de natureza ocupacional

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