segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Causas e avaliação das necessidades especiais infantis

O desenvolvimento normal de uma criança consiste em muitos parâmetros. Em Compreendendo o desenvolvimento social e cognitivo de um recém-nascido, descrevemos pontos do desenvolvimento que são considerados normais atualmente. Se você acha que o comportamento do seu filho constantemente fica fora dos padrões normais, pode ser uma boa idéia consultar o seu pediatra. Nesta página, vamos explicar algumas das causas dos problemas de desenvolvimento, assim como avaliações e testes que podem detectar alguma anormalidade.

Problemas de desenvolvimento: causas possíveis

Algumas crianças possuem problemas congênitos, como danos ou desenvolvimento incompleto do cérebro, que impedem que elas tenham um desenvolvimento normal. Outras sofrem de condições ou doenças que podem ser tratadas se forem identificadas. Uma doença metabólica hereditária rara, que é testada quando as crianças completam alguns dias de vida ou em sua primeira visita ao médico é a fenilcetonúria (PKU). Quando não tratada, a doença leva ao retardamento mental, mas a detecção e tratamento rápido através da alimentação costumam possibilitar o desenvolvimento de inteligência dentro da média. Outro teste ao qual os recém-nascidos são submetidos é o de hipotireoidismo congênito, que também é raro e causa retardamento quando não tratado.

As crianças que nascem com alguns problemas podem não parecer anormais imediatamente, mas a maioria exibe atrasos específicos no desenvolvimento que acabam sendo observados por seus pais ou médicos. A cada avaliação, o pediatra observa o comportamento do seu filho para ter uma idéia de como está indo o desenvolvimento. Ele também pode fazer testes rápidos em idades específicas da vida do bebê. Tanto na observação como nos testes, o médico procura por possíveis sinais de perigo.

Outras crianças, normais no nascimento, acabam sofrendo posteriormente devido a cuidados insuficientes ou incompletos. Os médicos costumam ter mais problemas para identificar problemas ambientais do que deficiências congênitas e eles podem ser muito perigosos para o desenvolvimento da criança. Algumas das pistas que dão o sinal de alerta ao médico são as seguintes:

distúrbios na alimentação ou no sono (insuficientes ou excessivos). Tanto a quantidade como a qualidade de cuidados recebidos dos pais influenciam a maneira que uma criança come e dorme;


sintomas físicos, como vômitos freqüentes, diarréia e erupções na pele;


problemas no crescimento, tanto na altura como no peso. Uma criança, privada de carinho, pode apresentar problemas no crescimento mesmo quando a quantidade de comida ingerida é grande. Se a falta de cuidados não for o problema, o médico vai investigar a supressão de fatores de crescimento no cérebro do bebê;


atrasos ou desvios específicos em áreas específicas, como no desenvolvimento motor, habilidade verbal, desenvolvimento intelectual, aprendizado geral ou quem sabe ao se relacionar com os outros, em sua autopercepção ou na capacidade de brincar.
Muitas vezes, quando os ingredientes necessários para a educação da criança não estão presentes, ela desenvolve vários problemas médicos ou psicológicos. Por exemplo, se não houver a criação do elo entre a mãe e o filho, é normal encontrar um relacionamento perturbado entre os dois, além de dificuldades para vencer problemas de comportamento. Isso não significa que há problemas automáticos se o processo de vínculo ideal não ocorrer imediatamente após o nascimento. Estudos recentes demonstraram que mães que passaram por cesarianas, partos prematuros ou que adotaram bebês podem desenvolver esse elo posteriormente.

Da mesma forma, os pais que estão cientes de suas imperfeições e falta de conhecimento não precisam achar que, devido às suas limitações, o desenvolvimento de seu bebê será automaticamente prejudicado. Os bebês possuem uma tendência forte ao desenvolvimento normal que os ajuda a resistir aos fatores ambientais "que não são os ideais". É claro que a habilidade das crianças em se desenvolver pode ser prejudicada em situações de cuidados insuficientes, mas nenhum de nós é perfeito. Devemos fazer o melhor por nossas crianças, mas não é necessário ser perfeito para criar pessoas normais.

Pais preocupados com algum aspecto do desenvolvimento de seu filho ou, posteriormente, com problemas comportamentais devem primeiro falar com o médico. Há momentos em que a tendência da pessoa é evitar incomodar o médico, e é verdade que o tempo é precioso para um médico. Mesmo assim, se o médico parecer não querer discutir o que os pais vêem como um problema ou se recusar por alguma razão a se envolver nas preocupações dos pais, o melhor é procurar outro médico. Se o tempo necessário para conversar sobre problemas comportamentais em uma consulta é maior do que uma consulta normal, alguns médicos podem até cobrar mais. No entanto, pense nesse dinheiro extra como dinheiro bem gasto se ele conseguir resolver problemas sérios.

Avaliações especiais do desenvolvimento

De vez em quando, uma criança cujos problemas são específicos, por exemplo, desenvolvimento lento da fala ou gerais, como desenvolvimento geral lento, precisa dos cuidados de um pediatra especializado no desenvolvimento de crianças nos primeiros anos de vida. Pais que suspeitam de um problema no desenvolvimento motor ou cognitivo de seus filhos, ou vêem sinais de que seu bebê se nega a sociabilizar ou que está retraído e deprimido, podem pedir a avaliação desse tipo de médico, ou o próprio pediatra da criança pode encaminhá-los. O especialista em desenvolvimento, que pode trabalhar com uma equipe composta por outros profissionais como assistentes sociais e psicólogos, observa a criança realizando várias atividades em uma situação de jogo para determinar a existência e extensão dos problemas. Outros especialistas podem ser chamados como consultores.

Após uma avaliação, o especialista irá conversar com os pais sobre sua opinião e recomendações para o tratamento. Infelizmente, alguns pais recebem a notícia de que seus medos não eram infundados. Outros ouvem que seu filho pode se desenvolver normalmente, mas talvez precisem de alguma ajuda especial. Mas qualquer que seja o resultado da avaliação, os pais devem buscar um equilíbrio em suas reações. Excesso de preocupação não ajuda ninguém, e tentar se isolar da dor escolhendo não se envolver é tão inapropriado quanto.

Avaliando a deficiência

Todas as crianças podem aprender e se desenvolver. Mas crianças não aprendem e se desenvolvem da mesma maneira ou na mesma velocidade. Há momentos em que os pais percebem a existência de um padrão geral de lentidão nas respostas da criança ao mundo ao redor. Os pais podem perceber que o crescimento e as realizações físicas gerais da criança parecem estar muito atrás das de outras crianças.

Algumas crianças não parecem desenvolver respostas sensoriais normais. Crianças cegas, por exemplo, podem não conseguir focar ou seguir objetos com seus olhos. Uma criança surda pode não reagir a sons ou pode não conseguir falar ou fazer sons anteriores à fala, ou ela pode murmurar quando está mais velha e com menos freqüência do que outras crianças com audição normal.

Quando os pais percebem um padrão constante de atrasos, pode ser uma boa idéia deixar que um profissional avalie a criança. Parte dessa avaliação consiste na tentativa de determinar possíveis causas para o problema.

E são várias as causas possíveis para problemas de desenvolvimento. Nos primeiros estágios de desenvolvimento do feto, por exemplo, uma modificação espontânea nos cromossomos ou em genes específicos pode levar à síndrome de Down, uma condição que faz com que as crianças afetadas se desenvolvam mais devagar do que crianças normais. O nascimento prematuro também pode levar a dificuldades de desenvolvimento algumas vezes. Certas infecções que afetam a mãe podem atingir o feto no início do seu desenvolvimento e levar ao retardamento e outras anomalias. Outra possibilidade são traumas sofridos durante o nascimento ou um pouco antes ou depois que podem afetar a criança de modo adverso e levar a problemas como a paralisia cerebral. Certas doenças infantis, como a encefalite e a meningite, também podem deixar a criança com necessidades especiais físicas e mentais.

Mas nem sempre é possível determinar a causa de uma deficiência, pois alguns desses problemas são difíceis de se diagnosticar. Um QI (quociente de inteligência) abaixo de 69 indica que uma criança pode ter problema mental (considera-se que a média seja de 90 a 109). Mas o diagnóstico de uma deficiência não deve recair somente sobre um teste de QI. O comportamento adaptativo de uma criança (sua habilidade de responder a estímulos, aprender e se desenvolver) também deve ser medido. No entanto, não há testes com total eficácia para nos dizer com que rapidez a deficiência irá se desenvolver, ou o quanto a criança será capaz de se desenvolver.

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