terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Uso do toque no diagnóstico da Medicina Tradicional Chinesa

O uso do toque é fundamental para fazer um diagnóstico na medicina chinesa. A arte do toque na Medicina Tradicional Chinesa é altamente sofisticada e inclui apalpação das áreas doloridas e pontos de diagnóstico e a tomada do pulso (em inglês) do paciente.

Por exemplo, uma área do corpo que passa uma sensação de calor ao toque está experimentando uma condição de calor, enquanto um local que passa uma sensação de frio ao toque está sob a influência do frio ou umidade. Tumores (em inglês) ou inchaços que são duros com uma borda bem definida são devidos à estagnação sangüínea, ao passo que nódulos macios com uma borda indistinta são o resultado da estagnação do qi ou mucosidade.

Se o seu pulso está acelerado ou fraco, um
médico pode determinar a sua saúde

Pontos de diagnóstico em cada meridiano de acupuntura podem ser apalpados para avaliar a condição de um órgão interno. Quando há um desequilíbrio no órgão, o ponto é dolorido ou passa uma sensação de flacidez. Por exemplo, existem pontos nas costas conhecidos como pontos de transporte, cada um deles correspondendo a um órgão interno. Se ocorrer um desequilíbrio em um desses órgãos, o ponto de transporte para esse órgão pode estar macio ou dolorido.

O tratamento incluiria inserir agulhas nesse ponto para curar o órgão a ele associado. Os japoneses também desenvolveram um sistema altamente sofisticado de apalpação abdominal; foram escritos livros inteiros sobre o assunto.

Na medicina chinesa, a forma de apalpação mais importante é de longe a arte do diagnóstico do pulso. Esse sistema altamente sofisticado fornece informações sobre o corpo inteiro e pode facilmente levar uma vida inteira para tornar-se verdadeiramente proficiente nesse antigo método de diagnóstico.

Em uma situação ideal, o pulso é tomado pela manhã, enquanto a pessoa ainda está calma e descansada. Na realidade, entretanto, o procedimento ocorre na clínica durante a entrevista inicial. É importante deixar os pacientes recém-chegados descansarem um pouco para permitir que os pulsos se acalmem. Caso contrário, seria fácil confundir um pulso rápido com uma condição de calor, quando na realidade é devido à pressa da pessoa para chegar ao compromisso. Essa é uma situação na qual ficar sentado na sala de espera traz benefícios para o paciente!

Apesar de o pulso poder ser sentido em diversos locais, o local principal é a artéria radial do pulso. Cada pulso possui três posições que correspondem a diferentes órgãos. O pulso esquerdo corresponde ao yin do coração, fígado e rins. O pulso direito dá informações sobre o yang dos pulmões, baço e rins.

Essas seis posições também são sentidas em três profundidades diferentes: profunda, média e superficial. Além das informações que podem ser reunidas a partir desses 18 locais, o médico experiente pode identificar 28 tipos diferentes de pulsos. Não é difícil entender por que leva uma vida inteira de prática para tornar-se verdadeiramente proficiente na tomada de pulso.

Um pulso normal é mais forte na profundidade média. Em padrões de deficiência, o pulso é palpável somente nos níveis mais profundos. Uma pessoa que está reagindo a um resfriado (em inglês) terá um pulso forte no nível superficial devido ao qi defensivo que corre para a superfície do corpo. Esse pulso "flutuante" é bem fácil de ser identificado por um iniciante e pode ser muito útil clinicamente.

Muitas vezes esse pulso aparece uns dois dias antes da pessoa apresentar qualquer sintoma de resfriado, permitindo praticar uma intervenção precoce. Como um pulso rápido é sinal de calor e um pulso lento é sinal de frio, um pulso flutuante e rápido ocorre se a condição for um caso de calor de vento. Nesse caso, o pulso também está forte, pois o calor de vento é uma condição de excesso. Um pulso fraco, por outro lado, indica uma condição deficiente. Por exemplo, uma pessoa com deficiência de yang renal possui um pulso profundo, fraco, especialmente na área do pulso direito que corresponde ao yang renal.

Como aprender os pulsos requer experiência prática, uma descrição detalhada está além da abrangência deste artigo. Em um ambiente clínico, no entanto, os alunos são treinados para discernir os seguintes tipos de pulsos: flutuante (ou superficial), profundo, lento, rápido, vazio, cheio, em corda, escorregadio, com fluxo abundante, oco, em couro, firme, escondido, acelerado, levemente lento, agitado, em nó, intermitente, apressado, movente (irregular), apertado, flutuante e debilitado (ou macio/retardado), disperso, pequeno, fino, curto, longo e debilitado.

Cada um desses pulsos está associado a uma variedade de desequilíbrios e um médico experiente pode descobrir uma enorme quantidade de informações apenas a partir do pulso. Na prática clínica, entretanto, o médico sempre combina as informações do pulso com todo o quadro clínico derivado de olhar, ouvir, cheirar e perguntar. Por meio desse processo, os médicos tradicionais chineses são capazes de diagnosticar precisamente os padrões de desequilíbrio em seus pacientes sem a ajuda de testes laboratoriais ou caros equipamentos de diagnóstico.

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