quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Como tratar a fibrilação atrial

Fibrilação atrial é um termo que define tanto o local como a natureza de um tipo específico de arritmia (anomalia na freqüência cardíaca). O artigo "Como funciona a fibrilação atrial" explica o que ela é e como se forma.

Se você foi diagnosticado com fibrilação atrial (FA), há uma variedade grande de tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas e impedir complicações sérias.

Quando você é diagnosticado com fibrilação atrial, o médico pode recomendar que tentem converter a fibrilação atrial ao ritmo normal do coração, um processo chamado de cardioversão. Pode ser necessário tomar anticoagulantes do sangue antes de passar por uma cardioversão, especialmente se houver preocupações quanto a coágulos sangüíneos no coração. Depois de cuidar deles, o seu médico pode tentar a cardioversão através de medicamentos da eletricidade.


Gráfico de um eletrocardiograma normal comparado a um eletrocardiograma de alguém com fibrilação atrial


Algumas vezes, medicamentos são eficazes em trazer o ritmo do coração de volta ao normal. As drogas normalmente usadas para isso são amiodarona, dofetilida, disopiramida, flecainida, propafenona e ibutilida. Muitas dessas drogas possuem efeitos colaterais que limitam seu uso em pacientes com insuficiência cardíaca e outros problemas.

Se os medicamentos falharem, o médico pode utilizar energia elétrica para "sacudir" o coração e fazer o ritmo cardíaco voltar ao normal. Nesse procedimento, tipos de pás são colocadas sobre seu peito ou sobre seu peito e suas costas. Um choque elétrico de alta energia é enviado entre as pás, percorrendo o corpo em direção ao seu coração. A energia dá um choque no coração, cessando a fibrilação atrial e voltando ao ritmo normal.



Foto cedida por Uniformed Services University of the Health Sciences
O aparelho de cardioversão pronto para ser usado


O sucesso da cardioversão, seja por drogas ou eletricidade, ou uma combinação dos dois, depende de quanto tempo a fibrilação vem ocorrendo, se há outras anomalias e outros dados relevantes. Se uma cardioversão não funcionar, ou se o coração não ficar no ritmo normal, podem ser usados medicamentos para controlar os sintomas e prevenir complicações derivadas da fibrilação atrial.

Muitos dos sintomas da fibrilação atrial provém do coração bater muito forte. Três diferentes tipos de medicamentos podem ser usados para reduzir essa freqüência para que o coração não tenha que trabalhar tanto e não apareçam sintomas desconfortáveis. Eles incluem a digoxina, os beta-bloqueadores e os bloqueadores dos canais de cálcio. Há ainda um quarto grupo de medicamentos, os agentes antiarrítmicos, que podem ser usados para auxiliar a manutenção do coração no ritmo normal, caso a cardioversão seja bem-sucedida.

A digoxina diminui a freqüência cardíaca através da junção entre as câmaras superiores e inferiores do coração, impedindo que todas as batidas rápidas e irregulares geradas nos átrios (câmaras superiores) atinjam os ventrículos (câmaras inferiores). Isso resulta em uma freqüência cardíaca mais lenta, o que significa que o coração tem que trabalhar menos e você sente menos sintomas.

Os beta-bloqueadores (carvedilol, propranolol e muitos outros) não apenas diminuem a freqüência cardíaca como diminuem diretamente a carga de esforço sobre o coração, trazendo benefícios semelhantes aos trazidos pela digoxina.

Os bloqueadores dos canais de cálcio (como o diltiazem ou o verapamil) também são eficazes redutores da freqüência cardíaca.

Agentes antiarrítmicos (como a amiodarona, dofetilida e sotalol) podem ser usados para manter o ritmo cardíaco normal e controlar a freqüência cardíaca após a cardioversão.

As complicações mais sérias derivadas da fibrilação atrial podem ocorrer quando coágulos sangüíneos se formam no coração, rompem-se e percorrem a outras partes do corpo. Quando esses coágulos se alojam em pequenas artérias, acabam bloqueando o fornecimento de sangue. Se eles se alojarem em pequenas artérias do cérebro, o resultado pode ser um derrame. Para impedir que esses coágulos se formem em primeiro lugar, a maioria dos pacientes com fibrilação atrial crônica são tratados com algum tipo de anticoagulante, tais como a aspirina, uma varfarina ou uma heparina. É importante tomar esses medicamentos exatamente como prescritos e fazer os exames de sangue recomendados pelo médico.

Dois tipos de aparelhos implantáveis, os marcapassos e os desfibriladores implantáveis, também podem ser recomendados para auxiliar pessoas com fibrilação atrial. Esses aparelhos funcionam à bateria, têm mais ou menos o tamanho de um relógio de bolso e são implantados no peito por meio de cirurgias. Enquanto os marcapassos e desfibriladores implantáveis são úteis para uma variedade de alterações na freqüência cardíaca, somente dispositivos que contêm programas de computador específicos para fibrilação atrial podem ser usados em pessoas com esse distúrbio de freqüência cardíaca em particular.


Para alguns pacientes, o cateterismo cardíaco terapêutico oferece a chance de cura para a fibrilação atrial. Esse procedimento remove ou destrói as minúsculas áreas de tecido cardíaco que estão gerando a arritmia. Um cateter é inserido dentro do coração. Lá, ele localiza a lesão e destrói o local de modo que quando o miocárdio cicatrizar não gere nova arritmia. As principais fontes de energia utilizadas para destruir a lesão são: criotermia (lesão pelo frio), radiofreqüência, microondas, ultra-som ou raios-laser.

A cirurgia é a última opção e somente é recomendada quando todos os outros tratamentos não surtiram efeito ou quando a cirurgia cardíaca já está sendo feita para corrigir outros problemas.

Como você pôde ver, há muitas opções de tratamento para a fibrilação atrial. Uma dessas abordagens com certeza aliviará os sintomas, melhorará a qualidade de vida e garantirá que não haja complicações sérias.

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