terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Como tratar a diverticulose

Introdução
Para algumas pessoas com diverticulose, a dor pode parecer insuportável. As cólicas abdominais, a sensação de distensão abdominal (estufamento) e os ataques alternados de diarréia e constipação podem ser extremamente desconfortáveis. Mas não deixe que esse problema limite suas atividades do dia-a-dia. Existem opções de tratamento disponíveis para prevenir essa doença ou mantê-la sob controle.

Nesse artigo, discutiremos as causas e os sintomas da diverticulose. Também veremos os vários tratamentos existentes, da medicina tradicional a curas alternativas. Vamos dar início revisando os princípios básicos dessa doença.

Definição

A diverticulose geralmente afeta com mais freqüência o cólon. Há dois estágios:

diverticulose - presença anormal de minúsculas bolsas, os divertículos, que se projetam para fora da parede do cólon;
diverticulite - em que as impurezas e as bactérias do corpo ficam presas nas bolsas, inflamando-as e, às vezes, perfurando-as.
Muitas pessoas que têm o primeiro estágio nunca progridem para o segundo.

Para a diverticulose, formam-se pequenas bolsas, ou divertículos, quando o revestimento interno do intestino grosso é forçado, sob pressão, através de pontos enfraquecidos na camada externa muscular do cólon. A diverticulose aumenta com mais freqüência com a idade. Cerca de 10% dos norte-americanos acima dos 40 anos têm diverticulose e aproximadamente metade desses tem mais de 60 anos.

A diverticulite ocorre quando as pequenas bolsas ficam inflamadas ou infeccionadas, o que pode provocar constipação ou diarréia, gases, dores abdominais, febre, além de muco e sangue nas fezes. A diverticulite ocorre em 10 a 25% das pessoas que têm diverticulose.

Causas

Embora não haja uma explicação definitiva para o desenvolvimento, muitos especialistas acreditam que os divertículos se formam como conseqüência da pressão elevada necessária para eliminar as fezes pequenas e duras, característica de uma dieta com poucas fibras. O movimento anormal do cólon (possivelmente, devido a pouca quantidade de massa na dieta) produz pressão intensa, que força o revestimento intestinal através de pontos fracos na camada muscular.

A maioria das pessoas com diverticulose simples não apresenta sintomas perceptíveis. Ocasionalmente, entretanto, uma bolsa próxima a um vaso sangüíneo pode ulcerar, fazendo-a sangrar. Se o vaso for uma artéria, pode haver sangramento grave, visível, como um sangramento do ânus. Se não for feito o atendimento médico imediatamente, a doença pode levar a choque e até à morte.



A diverticulite é a inflamação dos divertículos



Estima-se que cerca de 1/5 a 1/4 dos portadores de diverticulose sofrerão de diverticulite. A diverticulite se desenvolve quando uma massa de fezes endurecidas (fecalito) se forma em uma bolsa e diminui o fornecimento de sangue às paredes finas da bolsa (por meio da pressão contra a parede), tornando-as mais suscetíveis à infecção pelas bactérias do cólon. A inflamação que ocorre pode levar à perfuração, formação de um abscesso (um saco fechado de pus ao redor da perfuração), ou à peritonite (infecção do revestimento da cavidade abdominal).

Freqüentemente, a parte inflamada do intestino fica presa na bexiga urinária ou vagina, projetando-se para fora do cólon para criar uma fístula (comunicação anormal), que vaza material infeccioso no outro órgão.

A ocorrência repetida de inflamações pode causar espessamento da parede do cólon. Esse espessamento estreita o cólon que, por sua vez, pode levar à obstrução parcial ou total do cólon.

Sintomas

Os sintomas da diverticulite incluem dores abdominais com cólicas intermitentes e sensibilidade geralmente no lado inferior esquerdo do abdome. A dor também pode ocorrer em outras partes do abdome, às vezes, assemelhando-se à apendicite. A dor que piora durante a micção pode indicar que o cólon inflamado se prendeu à bexiga. A existência de fezes ou ar na urina pode indicar uma fístula colo-vesical. É comum haver constipação ou constipação alternada de diarréia. A febre normalmente ocorre junto com a infeccção nas crises agudas.

Diagnóstico

Geralmente se faz o diagnóstico da diverticulite se há um histórico de dor no lado inferior esquerdo do abdome acompanhada de febre e mudança dos hábitos intestinais. O exame físico pode revelar a existência de uma massa nessa região, além de dor à palpação.

Após o episódio agudo ter diminuído, o médico pode inserir um retossigmoidoscópio (um instrumento em forma de de tubo com iluminação) no ânus e na parte inferior do cólon para ver se há alguma evidência de câncer que possa estar causando os sintomas. Os exames de raio X com contraste são pouco utilizados atualmente, principalmente pelo uso da colonoscopia e da retossigmoidoscopia. A colonoscopia é feita com um aparelho semelhante ao retossigmoidoscópio só que muito mais flexível.


Tratamento

Se a diverticulose progride para diverticulite, geralmente, são prescritos repouso, analgésicos e antibióticos para a infecção. A dor pode surgir repentinamente e se assemelhar-se a dor de apendicite, embora a dor de diverticulite normalmente ocorra no lado esquerdo e possa aumentar lentamente durante dias. Se houver suspeitas de que a diverticulose progrediu para diverticulite, deve-se procurar um médico e fazer uma dieta à base de líquidos ou com baixo teor de fibras.

O real perigo da diverticulite é que as bolsas podem se romper e espalhar o conteúdo do intestino na cavidade pélvica. Isso pode causar uma infecção grave no corpo todo. Entretanto, o que ocorre com mais freqüência é a inflamação das bolsas, sem haver rompimento, e impedirem o funcionamento normal do intestino.

Ocasionalmente, a diverticulite leva à obstrução, à hemorragia, a abscesso ou a vazamento pela parede do cólon. Esses problemas são sérios e exigem tratamento médico (e, às vezes, cirúrgico) imediato. Se foi diagnosticado que você tem diverticulose, veja com seu médico o que fazer em caso de uma crise de dor repentino e quais os sintomas que indicam a necessidade de atenção médica imediata.

O tratamento da diverticulite grave começa com repouso em um hospital e alimentação intravenosa. Nenhum alimento é dado pela boca, para que o intestino não trabalhe. Se houver evidência de infecção, são administrados antibióticos. Os casos menos graves podem ser tratados em casa - com repouso, líquidos e antibióticos.

Se ocorrer a peritonite (quando a infeccção sai do intestino e vai para a cavidade abdominal) a conduta é cirúrgica com fechamento do intestino e lavagem da cavidade abdominal. A parte inflamada do cólon pode simplesmente ser removida, e as duas extremidades do cólon que sobraram são religadas. Muitas vezes pode ser necessário fazer uma colostomia temporária (uma abertura criada cirurgicamente na parede abdominal, que permite que o cólon esvazie para fora do corpo). Depois, quando já não houver mais inflamação e infecção, a porção que corresponde à boca da colostomia é unida novamente à porção remanescente do cólon ou ao reto.

Prevenção

Fazer uma dieta com uma grande quantidade de fibras pode ajudar a prevenir a diverticulose. As pessoas com diverticulose devem fazer uma dieta relativamente rica em fibras. Os suplementos alimentares, como o psílio, que servem para aumentar a massa fecal, podem ser recomendados para facilitar a evacuação, impedindo a formação dos divertículos.

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