terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Como controlar a diabetes

Criando um plano diário para controlar a diabetes
A abordagem mais recente do tratamento da diabetes coloca você no comando. Você vira o chefe da sua equipe de cuidados, escolhendo o pessoal que atenda melhor as suas necessidades, seguindo o seu progresso e mantendo os olhos no objetivo final: a sua saúde e o seu bem-estar.

Controlar a diabetes é uma tarefa desencorajadora, mas este artigo pode ajudar você a começar. As próximas seções explicam os detalhes da montagem de um plano e de uma equipe que dará os meios para a escolha do tratamento apropriado. O artigo também fornece informações sobre o monitoramento da glicose e sobre a administração dos remédios antidiabéticos.

O primeiro passo, contudo, é formular um plano sólido para o cuidado da diabetes. Conseguir o melhor tratamento não é só uma questão de manter as consultas com o médico e tomar os remédios. A diabetes afeta muitos aspectos da vida. Já que ninguém sabe melhor da sua vida do que você mesmo, assuma o papel de "general" da sua equipe de cuidados a fim de atingir as necessidades do tratamento.

Na condição de general, você vai querer se cercar de conselheiros competentes, confiáveis, peritos, enfim, uma equipe de cuidados que possa ajudá-lo a conseguir as informações, os conselhos, os tratamentos e o apoio de que você precisa para controlar a sua diabetes de modo eficiente. Esta equipe pode incluir médico, educador sobre diabetes, nutricionista, farmacêutico e dentista. Também pode haver um profissional de saúde mental, um oftalmologista, um podiatra (especialista em cuidado com os pés) e um cardiologista.

Enquanto estiver ocupado montando a sua equipe, lembre-se de que estas pessoas trabalham para você. Eles estão sendo contratados para ajudá-lo a aprender sobre a diabetes, a entender como ele o afeta especificamente e para lhe dar as ferramentas que permitam que você esteja bem informado para tomar as suas próprias decisões sobre o cuidado da saúde.

A sua primeira tarefa é encontrar um médico. Não são necessárias somente competência e experiência no diagnóstico e no tratamento da doença, é preciso um profissional que o apóie. Juntos, você e seu médico precisam desenvolver um bom relacionamento de trabalho, em que haja mútua compreensão, respeito e confiança. Você precisa sentir-se confortável para conversar e fazer perguntas a ele. Se tal nível de relacionamento não for alcançado, procure outro médico.

Há muitos especialistas em diabetes e é possível ligar para a sociedade médica da sua cidade e pedir uma lista dos médicos "certificados pelo conselho" em endocrinologia (a especialidade que se dedica às doenças hormonais, como a diabetes), medicina interna ou clínica geral. Se não conseguir encontrar um especialista perto de você, escolha um médico clínico geral, que irá trabalhar com você e não hesitará em encaminhá-lo para um especialista quando for necessário.

A educação é uma ferramenta fundamental no cuidado da diabetes. Trata-se de aprender como cuidar de você e da sua diabetes e de fazê-lo participar do processo de tomada de decisão para a sua própria saúde. Portanto, depois de encontrar um médico, será preciso acrescentar um educador a sua equipe. Ele vai dar a você informações e aconselhamento particular.

Assim como com o médico, o educador escolhido deve ser alguém com quem você se sinta confortável para conversar e esclarecer questões sobre os detalhes práticos do cuidado da diabetes


No lugar de um educador pode estar um enfermeiro, nutricionista ou farmacêutico experiente. Se possível, escolha um educador certificado (CDE). Um CDE é um profissional de saúde treinado e certificado pelo Conselho Nacional de Certificação de Educadores para a Diabetes para ensinar aos diabéticos como controlar a doença. Os CDEs devem ter no mínimo 2 anos e mil horas de experiência em orientação, estar atualmente empregado especificamente como orientador por um mínimo de 4 horas por semana e ter completado com sucesso um exame detalhado sobre a diabetes.

Com a ajuda do médico e do educador, tente conseguir recomendações adicionais para um dentista, um oftalmologista, um podiatra e um cardiologista, se necessário. Se você já tiver um relacionamento estabelecido com um dentista ou oftalmologista, certifique-se de discutir o seu diagnóstico de diabetes com eles e, quem sabe, ponha-os em contato com os outros membros da equipe para que possam colaborar no seu cuidado.

Como criar um mapa do cuidado da diabetes

Tratando-se do cuidado da diabetes, mapear o seu próprio curso não é apenas uma figura de linguagem. Desta maneira, você pode ter todas as informações sobre a sua doença em um só lugar e pode levá-las com você toda vez que tiver uma consulta com um dos membros da sua equipe

O seu mapa de cuidados para administrar a diabetes deve conter o seguinte:
uma lista dos seus medicamentos; suas concentrações; como, quando e por que tomá-los; além de quem os prescreveu;
um registro dos seus problemas de saúde e as datas de seus diagnósticos; alergias a medicamentos; os eventos médicos e as cirurgias mais importantes;
anotações com os nomes de todos os seus médicos e profissionais de saúde com seus respectivos números de telefone do consultório e de emergência;
resultados de exames laboratoriais, documentos, folhetos explicativos e instruções dadas a você por sua equipe de cuidado da diabetes;
as perguntas que você tem a fazer ao médico ou a outros profissionais.


É muito importante que o seu mapa contenha uma lista completa, precisa e atualizada de todos os seus medicamentos, a dose e a posologia de cada um.

Certifique-se de incluir todos os remédios, vitaminas, sais minerais e produtos naturais prescritos ou não que você tome. Existe a possibilidade de você precisar consultar com mais de um médico e é importante que cada um deles saiba o que os outros prescreveram e quais produtos sem receita médica você usa, para evitar interações perigosas.

Também é importante saber o que está tomando, porque e quais efeitos colaterais ou sinais de alerta podem ocorrer. Afinal, trata-se do seu corpo e não se deve ingerir medicamentos sem saber porquê.

Anote em seu diário quaisquer efeitos colaterais ou sintomas incomuns que você suspeite que tenham relação com os medicamentos. Desta forma será possível perguntar sobre eles da próxima vez que falar com o seu médico.

É muito útil manter uma lista das suas dúvidas sobre a diabetes para que possa discuti-las com sua equipe. Anote-as à medida que elas surgirem. Geralmente, com a pressão do limite de tempo ou do nervosismo durante a consulta, você pode esquecer facilmente questões que pareciam muito claras no dia anterior.

Estabeleça prioridades para suas perguntas para que as mais importantes sejam respondidas antes. Se não for possível fazê-las todas durante a consulta, informe ao seu médico e agende um outro horário para esclarecer as dúvidas que não foram esclarecidas.

Reserve um tempo para se preparar para cada consulta na noite anterior ao compromisso. Certifique-se de levar o seu diário e o seu medidor de glicose, além de outros cadernos de notas ou registros.

Lembre-se, você é encarregado do seu tratamento. Certifique-se de possuir o pessoal, o foco e os recursos à mão para cumprir a sua missão. Cuidar da sua diabetes e de você mesmo, realmente é uma questão de vida ou morte.

Plano diário do diabético
Quanto mais informações puder coletar sobre a sua diabetes, mais você será capaz de fazer ajustes imediatos na ingestão de alimentos, nas atividades e nos medicamentos para melhorar o controle da doença. Estes dados detalhados também podem ajudar você e a sua equipe a avaliar e a tomar decisões importantes sobre o seu tratamento.


O formulário de planejamento abaixo pode ajudá-lo a coletar e a organizar justamente este tipo de informações detalhadas. Com tempo e esforço mínimos, este manual se transformará em um tesouro valioso com informações individualizadas para controle da diabetes.
O formulário está dividido em uma semana com dias não datados. Imprima uma cópia para cada semana. Para cada dia, há um espaço para a hora e o resultado de cada exame de glicose que você fizer.

Você também vai encontrar um espaço para rastrear outros fatores que afetam a glicose no sangue, como os horários de: doses de medicação; refeições e lanches, a quantidade de carboidratos e atividade física. Anote ainda o seu estado emocional, já que o estresse pode afetar os níveis de glicose no sangue, também.
Clique aqui (em inglês) para baixar o formulário de planejamento diário do diabético.



Agora que você já tem informações gerais suficientes para formar a sua equipe de cuidado da diabetes, passaremos às específicas, como o monitoramento da glicose. É isto que você vai encontrar na próxima seção.

Atitude é tudo
Ser diagnosticado com diabetes e ouvir que é preciso alterar a vida pode provocar emoções bastante intensas. É natural sentir-se estressado, com medo, triste ou até com raiva diante da notícia que você tem a doença. Embora essas reações possam ser normais, elas podem ser prejudiciais se você não trabalhá-las e redirecionar a sua energia para o cuidado de si próprio e da sua diabetes.

Para algumas pessoas, o estresse de um diagnóstico de diabetes pode se transformar em negação. Testar regularmente o seu nível de glicose sangüínea se transforma em um lembrete constante de que você tem diabetes. Assim, você pula o teste num esforço para fingir que não tem a doença. Para aumentar a negação, você atribui os sintomas dos altos níveis de glicose, como sede e cansaço excessivos, à alguma outra causa, como o calor ou trabalhar demais.

Talvez você cancele ou simplesmente não apareça nas consultas médicas. Ignorar o fato de que você tem diabetes não fará com que a doença desapareça. As pessoas que vivem negando sua diabetes morrem mais cedo.

O medo também é a uma reação comum ao estresse de lidar com a diabetes. Talvez você conheça ou tenha ouvido falar de alguém que esteja sofrendo com as várias e debilitantes complicações da doença ou até tenha morrido por causa delas. Embora faça sentido temer as complicações da diabetes, não deixe que o medo o paralise. Em vez disso, use-o como motivação para aprender tudo que puder sobre a sua doença e para se esforçar bastante para conseguir o melhor controle possível dos seus níveis de glicose.

Sentir-se triste e melancólico é outra reação comum ao diagnóstico da diabetes ou como resposta ao estresse de lidar com a doença. Quando esse sentimento de tristeza permanece por semanas ou começa realmente a interferir na sua vida cotidiana ou no cuidado da sua diabetes, pode ser depressão. A depressão é uma doença bioquímica. Não é um defeito de caráter. O seu humor e modo de agir vão melhorar quando a doença for tratada com terapia ou medicamentos.

Se suspeitar que esteja sofrendo de depressão, discuta isto com o seu médico. Ele pode escolher entre vários medicamentos disponíveis e/ou encaminhá-lo a um psicoterapeuta, psicólogo ou psiquiatra.

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